quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Absorta

Flashs momentâneos invadem seqüencialmente a mente de Ariela, que se entregava a onda constante de idéias cadenciadas: “Ver; enxergar, distinguir... encontrar-se, notar, imaginar... prever, ler... quantos significados relacionados... quantas possibilidades...”
Sozinha em seu quarto, ou em seu esconderijo do mundo, os olhos de Ariela estavam fixos nos vitrais de sua janela, contudo, seu olhar era distante.  Longe! Bem longe, além do horizonte, sua mente em um frenesi de indagações.
Sem perceber, foram-se horas desta forma, nesta busca silenciosa por respostas. Anoiteceu. Apenas a luz grácil da lua minguante penetrava por entre as frestas de sua janela, já obscurecida pela noite.
A mente de Ariela distinguia-se da placidez de sua face, funcionando a um milhão por segundo, em pensamentos encadeados, inquisições, divagações, distintos entre si, contudo, convergindo para o mesmo ponto...
“ Desvendar.... ler os enigmas... enigmas do ser... a esfinge da vida....” – balbuciou, Ariela, por fim .
“Ariela! ... Vem minha filha, ou vai se atrasar...”   - a  voz distante de sua mãe tirou-a de sua sedutora absorção reflexiva.
“ A voz árida da realidade construída.... tantos compromissos, tantas obrigações..tanta anestesia... nenhuma sensação real ....”  - ponderou, Ariela,  enquanto descia as escadas em direção a porta. 

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